sábado, 11 de setembro de 2010

Resposta de um médico...

RESPOSTA DE UM MÉDICO,
DR. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO ,
PUBLICADA NO “O ESTADO DE SÃO PAULO ”
A OUTRO MÉDICO, DR. ALDO PACINOTO


Carta do Dr. Aldo Pacinoto

Prezado senhor Humberto.
Sei perfeitamente que os leitores do
jornal O Estado de S. Paulo são conservadores, muitas vezes
reacionários, claramente de direita.
Mas algumas cartas chegam ao cúmulo do absurdo.
Ontem um leitor disse que a culpa dos
erros nas cartilhas do governo do senhor José Serra é culpa de algum
"petista infiltrado" na Secretaria da Educação. Hoje, o senhor faz uma
observação completamente equivocada. Não é apenas o presidente
americano Obama que elogia o nosso presidente. Os elogios estão vindo
de todos os continentes. É o presidente francês, é o presidente
sulafricano, o premiê inglês, finlandes, a alemã. Só não vêem em Lula
um grande líder pessoas preconceituosas que ainda o enxergam como um
metalúrgico analfabeto. O senhor deve ser de classe média média ou
alta.
Pergunto: o que piorou em sua vida com
o governo Lula? O que vai melhorar com o governo Serra? É claro que a
classe média não quer enxergar em Lula um presidente que tem
enfrentado crises econômicas internacionais como ninguém.
O senhor lê a Economist? O El País? O
Le Monde? Se ficar lendo apenas o Estadão e a Veja terá uma visão
burguesa e centrada em críticas e mais críticas. Radical.
O senhor sabe o quanto o atual governo
melhorou a vida dos menos favoreci­dos? O senhor não quer que ele
melhore a vida dos mais pobres? Sou médico, não sou petista, sou
classe média até digamos alta. Tinha tudo para pensar como os leitores
do Estadão, que mandam frases de efeito, às vezes engraçadinhas, que o
jor­nal adora publicar. Mas, felizmente, penso exatamente ao contrário
desses leitores. Graças a Deus e ao meu pai, que me ensinou a olhar a
vida sem radicalismos.


Atenciosamente.
ALDO PACINOTO
Curitiba


RESPOSTA DO DR. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO
Prezado colega Aldo (Também sou médico - Neurocirurgião)

Antes de mais nada quero deixar claro
que não sou eleitor do Sr. José Serra, sou apolítico, não filiado a
nenhum partido, tenho nojo de politica, e consequentemente, de
políticos, principalmente dos atuais.
Sou a favor sim, dos princípios
morais, mas, para meu desapontamento, isso transformou-se em fruta
rara nos três Poderes da República no atual governo. Quero também
informar ao colega que leio qualquer publicação e não só O Estado de
S. Paulo e a Revista Veja, como também já viajei por meio mundo,
portanto, vou responder suas indagações com conhecimento, e o que é
mais importante, com a independência de um profissional liberal não
comprometido com governo nem com imprensa nem com igreja nem com
sindicatos ou com quem quer que seja.
Quanto à sua pergunta sobre o que
piorou na minha vida durante o governo Lula e as possíveis melhoras em
um possível governo Serra, eu diria que não houve nem haverá nenhuma
mudança. Nem eu quero que haja, porque de governo, qualquer que seja a
tendência ideológica, eu só desejo uma coisa: DISTÂNCIA.
Não dependo nem nunca dependi de
nenhum deles. Uma outra afirmativa sua é sobre a melhoria da vida dos
mais pobres (por conta do bolsa família, imagino). Minha opinião é que
bolsa família não é inclusão social, é esmola, mais pre­cisa­mente
compra disfarçada de votos. O pobre não quer esmola, quer escolas,
hospitais, ambulatórios que funcionem na realidade. Nos palanques
eleitorais já foi dito até que a medicina pública brasileira está
próxima da perfeição. Só que a cúpula do governo, quando precisa de
assistência médica, dirige-se ao Sirio-Libanês ou ao Hospital
Israelita, e chega em São Paulo em jatos particulares. O colega, como
médico, não deve ignorar essa realidade.
Na área rural, falta mão de obra
porque o dito trabalhador rural virou para­sita do governo, e não mais
trabalha. "Para que trabalhar? Eu fico em casa e no final do mês o
governo me paga". Essa foi a frase que tive que engolir, não faz muito
tempo, antes de abortar um projeto em minha propriedade rural, que
empregaria pelo menos 50 pessoas. Quando optamos pela mecanização, vem
um bando de sindicalistas hipócritas junto com a quadrilha do MST,
diga-se de passagem foras da lei e baderneiros, financiados com
dinheiro público, dizer que a máquina está tirando o emprego no campo.
Outro item a que você se refere é
sobre a minha observação, completamente equivocada (equivocada na sua
opinião), publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo. Pois é,
aquela é a MINHA observação, e eu espero que o colega a respeite como
eu respeitaria a sua, se lá estivesse publicada. E mais, se você
quiser fazer um giro maior, saindo portanto, da esfera do Estadão e
da Veja para fugir do conservadorismo dos mesmos, (conservadorismo
também opinião sua - e respeito), verá que existem muitas outras
publicações minhas dentro do mesmo raciocínio, coerência,
independência e coragem que tenho para falar o que quero, e assumir
totalmente a responsabilidade pelo dito. Colega, por favor, pesquise
os seguintes jornais: Diário de Pernambuco (Recife-PE), Diário da
Manhã (Goiânia-GO), Gazeta do Povo (Curitiba-PR), O Dia (Rio de
Janeiro-RJ), Jornal O Povo (Fortaleza-CE) e outros, além de dezenas de
sites e blogs.
Agora faço a minha primeira pergunta:
São todos conservadores e reacionários? Não! São independentes. Não
são parte da imprensa submissa e remunerada com dinheiro público, não
fazem publicidade da Petrobras, do Banco do Brasil , da Caixa
Economica Federal, do PAC, e o mais importante, não recebem ordens de
Franklin Martins, (o Joseph GoebbelsTupiniquin), manipulador de
informações, prestidigitador que usa o vulnerável substrato cultural
brasileiro, para transformar câncer em voto.
E para encerrar, permita-me fazer mais
essas perguntas: O The Economist, o El País, O Le Monde, etc.
informaram a opinião pública européia sobre as dezenas de escândalos
financeiros e morais ocorridos no País nos últimos sete anos, e que
permanecem impunes por pressão do grande lider e asseclas? Informaram
que o Congresso Nacional está tomado por uma quadrilha manipulada pelo
Executivo (80% envolvidos em algum tipo de delito) e que conseguiram
extinguir a oposição? Informaram que a maior empresa brasileira é
estatal e ao mesmo tempo usufruto do governo, e que o mesmo tenta
desesperadamente blindá-la contra qualquer fiscalização? Informaram
que 40% dos ministros e ex-ministros desse governo respondem a
processos por malversação de dinheiro público?
Eu acho que os chefes de estados da
Europa não sabem dessas particularida­des. Por muito menos estão
rolando cabeças no Parlamento Britânico, e com uma grande diferença: o
dinheiro lá desviado é devolvido aos cofres públicos; enquanto aqui
parte é rateada; parte é para pagar bons advogados, e outra parte é
incor­porada ao patrimônio do ladrão.
Casos exaustivamente comentados na
imprensa vem ocorrendo há anos com pelo menos cinco indivíduos que
hoje fazem parte ativa da base de sustentação do grande líder. Isso
para não falar de coisas mais graves como os assassinatos dos
prefeitos de Campinas e de Santo André, envolvendo verbas de campanha.
Crimes esses nunca esclarecidos e cujos cadáveres permanecem até hoje
no armário do PT. Portanto, ver Luiz Inácio Lula da Silva como um
líder é querer forçar um pouco. Para mim, ele não passa de papagaio de
pirata de Hugo Chavéz. Veja a sua última pérola: " O Brasil acha
petróleo a 6 mil metros de profundidade, por que não acha um avião a
2 mil? ". Isso não é pronunciamento de líder em um evento público
envolvendo dezenas de chefes de estado. Isso cairia bem em reunião de
sindicato ou em mesa de botequim. Caracteriza oportunismo vulgar.
Moro no Brasil, sei ler e não sinto
azia quando leio. Não sou preconceituoso nem radical, modéstia a
parte, sou esclarecido, e se combater corrupção é radicalismo, aí sim,
sou RADICAL, e estou pronto para qualquer coisa como todo
nor­destino... de caráter.

Atenciosamente.
Humberto de Luna Freire Filho
São Paulo

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